As repercussões da operação policial contra o Comando Vermelho (CV) no Rio de Janeiro (RJ), na terça-feira 28 de outubro, colocaram os holofotes na rápida expansão das grandes facções criminosas pelo País, em especial, nos estados da Amazônia Legal. O mapa abaixo, produzido pelo Instituto Mãe Crioula (IMC) de Belém (PA) e reproduzido pelo “Estadão”, proporciona uma boa ideia da gravidade do problema.

Uma pesquisa do IMC e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divulgada no final do ano passado, mostrou que 260 dos 772 municípios da Amazônia Legal têm uma agressiva presença do CV, do Primeiro Comando da Capital (PCC) e de outras facções menores. Na época em que a pesquisa foi feita, o CV dominava 130 municípios, o PCC 28 e os demais eram divididos entre as demais facções.
Segundo disse ao jornal “O Globo” de 12 de dezembro de 2024 o presidente do FBSP, Renato Sérgio de Lima: “Boa parte do dinheiro que circula na região hoje é do crime… o crime organizado é o principal empregador na região amazônica”.
Enquanto isso, as preocupações gerais das autoridades de fora da região e dos ambientalistas são com o “arco do desmatamento” e a imposição de um férreo controle restritivo sobre todo tipo de atividades econômicas consideradas “destruidoras” dos biomas amazônicos. O problema é que, enquanto as organizações do Estado – Ibama, ICMBio, Polícia Federal, polícias estaduais etc – se ocupam em reprimir os “destruidores da floresta”, as facções criminosas aproveitam o vácuo de atividades econômicas legais e os desvios de atenção das forças legais.


