Em um artigo publicado na edição de hoje do jornal “O Globo” (“E quando for o Brasil?”), o coronel da reserva do Exército Paulo Roberto da Silva Gomes Filho se preocupa com as ameaçadoras declarações do presidente eleito Donald Trump, manifestando intenções expansionistas sobre o Canadá, Canal do Panamá e Groenlândia. E faz uma advertência:
“Que sirva de alerta para nós. O que faremos se, num futuro próximo, alguém considerar a Amazônia, ou nossos recursos minerais, ou nossos recursos hídricos, ou nossa biodiversidade ‘essenciais para os interesses de seus países’ e ‘não descartar o uso da força’ para nos obrigar a agir de tal ou qual maneira?”
Ora, convenhamos que o Brasil já renunciou à soberania efetiva sobre a Amazônia. De fato, esta é a realidade de um país que se ilude com a falácia de que teria a responsabilidade de “blindar” os biomas Amazônia e Cerrado contra atividades econômicas além do mero extrativismo, devido à sua alegada importância vital para o clima global, e bloqueia desnecessariamente atividades produtivas e infraestruturas, estas sim, vitais para as populações locais.
Casos, entre muitos outros, do asfaltamento da rodovia BR-319, da dragagem do rio Paraguai, do derrocamento do Pedral do Lourenço no rio Tocantins e da exploração da Margem Equatorial Brasileira. Enquanto isso, o crime organizado, que dispensa licenças do Ibama, já é presença hegemônica em um terço dos municípios da Amazônia Legal.
Em suma: quem precisa de exércitos invasores, quando já temos um exército irregular de ONGs encastelado no governo federal e dominando a política brasileira para a Amazônia?