No dia 18 de setembro, pela manhã, um protesto de representantes de aldeias e terras indígenas interrompeu, nos dois sentidos, o trânsito na BR-230, a rodovia Transamazônica, entre os municípios de Uruará e Medicilândia, no Pará.
Durante o bloqueio, um comboio do Exército foi impedido de passar pelos manifestantes, que fecharam a rodovia com paus e pneus. Nele estava o comandante militar do Norte, general José Ricardo Vendramin Nunes, que desceu do veículo para falar com um dos manifestantes, para conseguir fazer o comboio passar adiante. Diante da resistência, desistiu e tomou o caminho de volta.
A pauta dos manifestantes era a compensação por melhorias nas aldeias indígenas nas terras indígenas de Kararaô, Cachoeira Seca e Kuruaya, devido aos impactos das obras da usina de Belo Monte.
Os indígenas na estrada só deixaram passar ambulâncias e veículos da polícia. No meio do bloqueio, sob o sol quente de um período de estiagem, estava um caminhão cheio de legumes e verduras para abastecer a região. Provavelmente, devem ter todas estragado. Diante da seca que dificulta ou impede a navegação dos rios, as rodovias são a única alternativa de transporte.
Ao contrário do que uma vez falou a ministra Marina Silva, as rodovias na Amazônia não servem só para carros de passeio, mas são o principal meio de escoamento de mercadorias que abastecem os moradores da área. Assim como é no resto do país.
Já o general preferiu não forçar passagem. Sabe que se houvesse confronto com os manifestantes, talvez tivesse apoio no Ministério da Defesa, mas não na presidência e nos demais ministérios, para não falar do Ministério Público Federal e do STF.
Inimaginável em países soberanos repletos de etnias ( China, Rússia,Índia etc..)