Um dos grandes problemas enfrentados pelos organizadores da conferência climática COP-30, que se realizará em novembro de 2025 em Belém (PA), é o déficit de infraestrutura hoteleira para receber as dezenas de milhares de participantes esperados para o evento.
Mesmo com os cerca de R$ 5 bilhões que o governo federal está investindo na recauchutagem da cidade, é inviável ampliar a rede hoteleira em prazo hábil e, de qualquer maneira, deixar ociosa boa parte dela após a conferência, assim como ocorreu com os estádios construídos para a Copa do Mundo de 2014 em cidades sem tradição futebolística, como Manaus e Natal.
Pois os organizadores bem poderiam pensar em distribuir parte dos visitantes, principalmente, os das ONGs, nas aldeias indígenas situadas em um raio de cerca de 100 quilômetros da capital paraense, além de outra parte em habitações ribeirinhas devidamente cadastradas para a finalidade.
Seria uma dupla vantagem: para os locais, uma rara oportunidade de faturar uma receita adicional em moedas fortes e, para os visitantes, uma oportunidade singular de vivenciar a realidade da grande maioria da população da Amazônia, bem diversa da visão idílica que a maioria dos estrangeiros tem sobre a região.