O deputado estadual do Mato Grosso do Sul, Paulo Duarte (PSB), culpa a burocracia do Ibama, em Brasília, por impedir as obras de desassoreamento no Rio Paraguai, que impedem o funcionamento da hidrovia que passa pelo rio, parada há dois meses.
Em função da seca que atingiu o Brasil este ano, o Rio Paraguai está sofrendo a maior baixa em mais de cem anos. Em função da redução do nível das águas, fazem-se necessárias obras para afastar bancos de areia que se formam no meio do rio em direção às margens. Segundo o deputado, não se trataria de uma obra de dragagem, só de remanejamento de areia, a ser realizada pelo DNIT.
Contudo, para que se possam fazer as obras necessárias, é preciso autorização do Ibama, que exige estudos e relatório de impacto ambiental, que demorariam mais de um ano para serem realizados.
Desabafa o deputado Paulo Duarte: “alguns técnicos absolutamente radicais, que nunca vieram ao Pantanal e que estão no ar condicionado em Brasília estão impedindo este trabalho. Eu sou pantaneiro e sei que minha cidade (Corumbá) depende da preservação do Pantanal. Não sou inconsequente de defender algo que possa prejudicar o bioma”.
A interrupção do fluxo de carga na hidrovia acarreta perdas para o setor de mineração na área próxima a Corumbá. Se for o caso, “vamos apelar à Justiça. A mineração gera três mil empregos diretos aqui. É o segundo maior empregador de Corumbá, ficando atrás apenas da prefeitura. Se a gente não fizer essas intervenções no leito do rio a empresa mineradora (J&F) vai embora e toda essa gente vai perder o sustento. Seria uma tragédia para essa região”, afirma o parlamentar, que já foi prefeito de Corumbá.
Nesse caso, nem ajudou o fato do deputado ser do mesmo partido do diretor do Ibama, Rodrigo Agostinho, apesar deste ter lhe dito, informalmente, que as obras seriam liberadas, antes dos burocratas do Ibama negarem a licença.
As obras de desassoreamento do Rio Paraguai fazem parte do Novo PAC do governo federal, lançado em 2023.
Com informações do Correio do Estado.