O Greenpeace é um dos mais bem sucedidos projetos de ONG desenvolvidos por elites britânicas, com participação ativa de radicais mobilizados em prol da agenda ambientalista.
De acordo com o livro “Máfia Verde: o Ambientalismo a Serviço do Governo Mundial”, editado sob a coordenação de Lorenzo Carrasco pela revista Executive Intelligence Review, o Greenpeace uma das joias da coroa do chamado “Clube das Ilhas”, o círculo mais elevado do estabilishment oligárquico anglo-americano, que estabelece as diretrizes para o movimento ambientalista desde os anos 1960, a partir do WWF e outras instituições de elite que coordenam a agenda ambientalista, para as ONGs e instituições da ONU, como o PNUD, Painel do Clima etc.
A fundação do Greenpeace remonta ao movimento “Don´t Make Waves Commitee” (“Comitê Não Faça Ondas”), surgido em Vancouver, Canadá, em 1969. Dois anos depois, mudaram seu nome para Greenpeace, tendo dentre seus fundadores o correspondente ambiental do jornal britânico The Sun, Robert Hunter. Profissional da propaganda, ele descreve os métodos usados pela ONG em suas campanhas:
“Não é que tenhamos mentido. Isto nunca é feito na propaganda moderna. Mas pintávamos um quadro muito exagerado sobre os perigos que seriam deflagrados… tsunamis, terremotos, nuvens radioativas, dizimação da pesca, bebês deformados. Nunca dissemos, mas que poderia acontecer (…) em lugar de mísseis, nós disparamos imagens: bombas mentais transportadas pela mídia mundial” (“Máfia Verde”, p. 112).
Em 1972 juntou-se à organização o canadense David McTaggart, que acabou por assumir a liderança. Segundo o Greenpeace, era um empreendedor do setor imobiliário convertido ao ambientalismo radical, mas que poderia ter vínculos com agências de inteligência. Com a morte de um dos fundadores que se opunha às táticas terroristas de ação direta contra barcos pesqueiros e plataformas de petróleo, o Greenpeace ganhou a forma pela qual nós o conhecemos hoje, sob a liderança de McTaggart.
Em 1977, passa a contar com forte apoio financeiro do WWF e da ONG Friends of the Earth, que permitiu a expansão internacional do Greenpeace. Instalam um escritório em Londres e adquirem seu primeiro navio, o Rainbow Warrior (Guerreiro do Arco-íris). Na mesma época, recebeu uma doação de US$ 2 milhões da petroleira Shell para ajuda na campanha contra a caça às baleias.
Foi justamente a campanha conta a caça de baleia que catapultou o Greenpeace às manchetes globais. Com a ajuda recebida no final dos anos 1970, criou-se um lobby contra a caça no Reino Unido, apesar do país ter pouca tradição nessa atividade pesqueira, com o estabelecimento da Comissão Internacional de Caça à Baleia, com apoio público do Príncipe Phillip (consorte de Elizabeth II) e Peter Scott, diretor-executivo do WWF. Com esse suporte, o Greenpeace lançou uma campanha de propaganda e paramilitar contra baleeiros pelos mares a fora. Já contando com uma frota de embarcações ampliada, empreenderam uma série de “ações diretas” contra baleeiros na Islândia, Rússia, Japão e em outros países, assim como caçadores de foca na Noruega e Terra Nova.
Depois, a partir de um certo momento, o Greenpeace adotou a estratégia de criar organizações subsidiárias às quais “terceirizavam” as atividades de ação direta, para tirar um pouco o foco de si, de forma a demonstrar um aparente distanciamento em relações a ações que levavam a danos de propriedade e ameaça de uso da força. Em 1977, Paul Watson, membro fundador, saiu do Greenpeace para criar a Sea Shepherd Conservation Society, na qual planejou ações de abalroamento de navios e sabotagem contra a indústria baleeira de vários países – tudo com apoio do WWF e da Sociedade Real para Prevenção da Crueldade contra os Animais da Coroa Britânica.
Watson esteve no Brasil para inaugurar o escritório da Sea Shepherd, em 2000, em Porto Alegre. Com os auspícios do então governador Olívio Dutra, a ONG passou a “assessorar” as autoridades estaduais e federais na repressão à pesca clandestina no litoral do Rio Grande do Sul.
O livro “Máfia Verde” também destaca outra ONG do ambientalismo radical de ação direta vinculado ao Greenpeace: Earth First! (Terra em Primeiro!). Seu alvo é a indústria madeireira e mineradora, acusadas por eles de serem os grandes responsáveis pela devastação ambiental, contra as quais exerce atividades de sabotagem.
Em 1991, o Greenpeace chegou ao Brasil, abrindo escritórios no Rio de Janeiro, São Paulo e Manaus. Formou com membros do PT e da OAB a Rede Brasileira Antinuclear, em campanha contra a ampliação do uso de energia nuclear para geração de energia. Posteriormente, o Greenpeace se mobilizou contra a exploração das jazidas de urânio nas minas em Caetité, na Bahia.
No Brasil, a ONG se empenhou contra a pecuária na Amazônia, associando esta atividade ao desmatamento, por meio da campanha “Farra do Boi”. A esta se associaram outras ONGs, o Ministério Público Federal e outras grandes frigoríficos, que procuraram bloquear toda atividade pecuária em terras desmatadas, apesar de o Código Florestal de 2012 permitir o desmatamento de até 20% em propriedades dentro da Amazônia Legal.
Em 2014, o governo peruano acusou o Greenpeace de vandalismo, quando integrantes da ONG entraram no parque de geoglifos de Nazca sem autorização para um ato de propaganda, em um local onde estão situadas marcações em terra que só podem ser bem vistas de uma grande distância.
Na mesma época, na Rússia, ativistas que viajavam no navio Artic Sunrise foram detidos após a tentativa de invasão de uma plataforma de gás da estatal russa Gazprom. Tal atitude ensejou a criação de uma lei contra o funcionamento de ONGs financiadas do exterior, dentro do território russo. Em 2017, após décadas de campanha irresponsável contra a indústria madeireira, a empresa Resolute, sediada em Quebec, Canadá, resolveu processar o Greenpeace em seu país e nos EUA, acusando a ONG de ser uma organização criminosa, cujo objetivo primário não seria salvar o meio-ambiente, mas arrecadar fundos em nome da causa, mesmo com base em mentiras e distorções de fatos. Quando tiveram que testemunhar em juízo, os representantes do Greenpeace afinaram a voz e disseram que a retórica que usa não serve para descrever a realidade, nem as práticas da empresa em questão, mas para servem para chamar atenção do público. Puro cinismo.
Fontes:
“Máfia Verde: o Ambientalismo a Serviço do Governo Mundial”, Executive Intelligence Review, 2001.
Movimento de Solidariedade Íbero-americana: https://msiainforma.org