Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontam o avanço das facções criminosas do Sudeste em direção à Amazônia Legal.
Segundo o estudo conduzido, um terço do território da Amazônia Legal está sob controle de uma ou mais facção criminosa. Trata-se de 260 dentre um total de 772 municípios, um aumento de 46% em relação aos dados de 2022. O controle das facções atinge quase todos os municípios fronteiriços.
O Comando Vermelho (CV), originário do Rio de Janeiro, vem se consolidando na região desde 2017, incorporando dentro de sua estrutura grupos criminosos locais. Tanto ele quanto o PCC vêm atuando na produção de folha de coca no Peru, assumindo o controle da cadeia produtiva da droga: produção, distribuição e varejo.
Ao mesmo tempo, a taxa de homicídios na Amazônia Legal é superior à média nacional: enquanto o Brasil tem uma taxa de 22,8 por 100 mil habitantes, na Amazônia a taxa fica nos 32,3 homicídios por 100 mil habitantes.
O Pará concentra a maior parte dos municípios mais violentos da região, sendo, junto com o Acre, o estado mais tomado pelo controle das facções, em destaque para o CV.
Em meio a esse quadro, vê-se que o governo federal não enfrenta o problema diretamente, preferindo privilegiar políticas ambientalistas de preservação integral para a região, dificultando a atividade econômica para produtores rurais, tirando o fomento ao mercado de créditos de carbono. O mesmo vale para o governo do Pará.
Com pouca alternativa aos habitantes da Amazônia para o exercício de atividade econômica lícita, sem estímulos para ocupação do território e com pouco poder de vigilância nas fronteiras, a criminalidade não terá barreiras para continuar seu avanço.