Em entrevista ao programa “Agenda da Semana”, o ex-pesquisador da Embrapa, Evaristo Miranda, criticou as Conferências das Partes (COPs) e defendeu o equilíbrio entre o desenvolvimento agrícola e a conservação ambiental: os produtores rurais são os maiores responsáveis pela conservação ambiental no Brasil.
Para ele o maior problema ambiental está nos grandes centros urbanos e não no ambiente rural. O caso dos rios, que ficam poluídos nas cidades e se recuperam ao passar pelas áreas rurais é um exemplo emblemático.
Além disso, lembra que “um terço do território nacional, cerca de 2,8 milhões de quilômetros quadrados, está preservado dentro de propriedades rurais, incluindo reservas legais e áreas de proteção permanente”.
Sobre as COPs argumenta que “em três décadas, as COPs não produziram avanços concretos. São reuniões caras, com milhares de participantes, mas os países desenvolvidos nunca cumpriram suas promessas de financiamento para transição energética“. Tal como o Protocolo de Kyoto (1997) estabeleceu metas de redução de emissões que foram ignoradas pelas nações ricas, enquanto países em desenvolvimento foram pressionados a adotar modelos restritivos.
O especialista alertou para o risco de a COP30 repetir o que chamou de “narrativas falsas contra a agricultura brasileira”. “Muitos que criticam o agro não entendem de meio ambiente. Enquanto isso, o Brasil tem uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo, aplicada justamente por quem vive no campo”, argumentou. Ele também destacou que as últimas COPs, realizadas em países produtores de petróleo como Azerbaijão, ignoraram discursos ambientalistas radicais.
Para ele, também há muita hipocrisia da China quanto às discussões climáticas: “Eles emitem mais de 30% dos gases do efeito estufa globais, não assumem metas concretas e continuam crescendo com carvão e petróleo. Enquanto isso, o Brasil é pressionado a adotar medidas que podem travar nosso desenvolvimento”.
Com informações da Folha de Boa Vista.