Iniciativa conjunta com a ONU e a Unesco pretende financiar campanhas de “combate a desinformação” junto a ONGs.
O governo brasileiro, as Nações Unidas e a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) lançaram nesta terça-feira (19) no âmbito da Cúpula do G20, no Rio de Janeiro, uma iniciativa conjunta para fortalecer pesquisas e medidas para combater a desinformação que contribui para o atraso e a inviabilização de ações climáticas.
“As ações de combate às mudanças climáticas também são muito afetadas pelo negacionismo e pela desinformação. Os países não podem solucionar este problema sozinhos. Esta iniciativa reunirá países, organizações internacionais e redes de pesquisadores para apoiar esforços conjuntos de combate à desinformação e promover ações para a COP30 no Brasil”, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em discurso de abertura do segundo e último dia da Cúpula de Líderes do G-20, que reúne as 19 maiores economias mais União Europeia e União Africana.
Outros países e organizações internacionais comprometidos com a agenda estão sendo convidados a participar. Até agora, Chile, Dinamarca, França, Marrocos, Reino Unido e Suécia já confirmaram participação.
Os países que aderirem à iniciativa contribuirão para um fundo administrado pela Unesco, com a meta de arrecadar entre US$ 10 milhões e US$ 15 milhões nos próximos 36 meses, valor que será distribuído na forma de subsídios a organizações não governamentais (ONGs) para apoiar suas atividades na pesquisa sobre integridade da informação climática (grifos nossos), desenvolvimento de estratégias de comunicação e realização de campanhas de conscientização pública.
De acordo com o secretário de Políticas Digitais da SECOM, João Brant, a ideia é delinear um plano que será firmado na COP30, em novembro do ano que vem em Belém (PA). “A ideia é ter a reunião e o apontamento de evidências e estratégias globais para combater a desinformação sobre o clima”, disse Brant em entrevista coletiva, durante a reunião de apresentação do tema no G-20.
Provavelmente, por “desinformação sobre o clima”, os proponentes da medida devem entender o direito de se discordar das políticas ambientais adotadas e do consenso estabelecido nesses fóruns globais sobre mudanças climáticas. Ainda mais se considerarmos que medidas podem ser adotadas, em âmbito global, em 2025, com a volta de Trump à presidência nos EUA.