Em entrevista ao jornal eletrônico uruguaio La Mañana Lorenzo Carrasco comentou sobre a Cúpula Agro Global, a influência do cartel de alimentos sobre as políticas restritivas impostas aos produtores da Amazônia, as negociações para o Acordo Mercosul e União Europeia e sobre a persistência do pensamento malthusiano no ambientalismo.
A Cúpula Sul-Americana Agro Global aconteceu em Brasília, nos dias 14 e 15 de outubro, promovida pela Frente Parlamentar Agropecuária. O evento contou com a presença de delegações de países vizinhos como Uruguai e Argentina e produziu uma declaração que pede maior participação do setor na discussão e implementação de políticas ambientais. Para Lorenzo Carrasco, a Carta de Brasília, a declaração, é importante por afirmar a necessidade de integração das cadeias produtivas e o comércio interno no setor.
Mais importante, o encontro se deu em um cenário em que começa a se formar um movimento de resistência contra as imposições do cartel de alimentos, basicamente Cargill, Bunge, ADM, Amaggi, Cofco etc, que atua em conluio com as autoridades europeias que pressionam o agro brasileiro. Carrasco cita a iniciativa das assembleias legislativas de Mato Grosso em Rondônia em suspender incentivos fiscais para produtores submetidos a políticas como a “Moratória da Soja”. Semelhantes iniciativas estão sendo adotadas em outros estados amazônicos, como Pará e Amazonas.
Mais precisamente, seria uma medida originada de um acordo feito entre o cartel e ONGs e autoridades europeias contra os produtores brasileiros, enquanto se negociava o Acordo Comercial Mercosul – UE. Lorenzo Carrasco frisa que a Moratória da Soja vai contra a legislação brasileira contida no Código Florestal, que permite produção agropecuária na Amazônia Legal em 20% da propriedade. Ao passo que a moratória quer limitar a produção nacional a áreas desmatadas antes de 2008.
Segundo Carrasco, o cartel de alimentos não quer muita concorrência do agro sul-americano e do brasileiro, em especial, com os produtores europeus, também seus fregueses, preferindo atacar os produtores brasileiros, sobretudo os menores. Por outro lado, nosso analista também acredita que o Acordo Comercial será inviabilizado por um movimento de revolta dos produtores europeus contra o Pacto Verde europeu, direcionado contra os rebanhos locais, pedindo sua redução em vários países produtores.
Para ele, não há conflito entre conservação ambiental e produção agropecuária, pois ninguém melhor do que os produtores para proteger o meio ambiente, já que dependem do solo e da água. Contudo, o movimento ambientalista, impregnado de mentalidade malthusiana, depois de conferências e exposição midiática se apossou das instituições do Estado, colocando este contra o produtor. Como resposta, o produtor se insurge contra a ação do Estado, sendo que este deveria protegê-lo contra os grandes interesses, travestidos ou não de ambientalismo.
Assim, faz-se necessária uma união internacional entre produtores contra os “pactos verdes” e a agenda do ambientalismo radical, adotado por muitos países do Ocidente. A origem desse pensamento malthusiano está em elites anglo-americanas, que adotam uma visão ultrapassada de que os recursos naturais cresceriam em ritmo mais lento do que a população, ignorando os ganhos de produtividade do agro nos últimos cem anos. No entanto, esse pensamento ultrapassado ganhou nova roupagem com o ambientalismo, que agora associa a produção de alimentos à degradação ambiental, ao aquecimento global e o aumento das emissões de carbono.
Como salienta Lorenzo Carrasco, os produtores brasileiros alimentam 2 bilhões de pessoas, ou 25% da população mundial. Nisso reside a força de seus países e na importância nossa para a economia mundial.
O globalismo representado por dez das famílias mais ricas do planeta, estão por trás de toda agenda malthusiana e tudo que aponta para o domínio global. Se julgam donos do mundo. Ideologia de gênero, aborto, homossexualismo e todas as iniciativas que reduzam a população, incluindo a terapia gênica para covid-19. O Ocidente precisa acordar e se voltar para Deus.