A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, parece habitar um universo paralelo, com sua obsessão contra os combustíveis fósseis. Agora, está propondo ao mundo um “mapa do caminho” para se acabar com eles.
Em Brasília, na terça-feira 18, ela sentenciou: “Vamos ter que fazer o mapa do caminho. Um mapa do caminho para o fim do combustível fóssil, para o fim do desmatamento. E, ao mesmo tempo, trabalharmos para fortalecer a ação conjunta, a cooperação, mesmo em situação adversa.”
Além disso, ela quer que a conferência climática COP30, em Belém, em novembro próximo, seja uma “conferência de implementação” dos compromissos climáticos assumidos pelos países nas últimas edições do convescote climático das Nações Unidas. De acordo com ela, “cerca de 175 mil pessoas morrem a cada ano só em função de ondas de calor. Não há mais o que protelar. Agora é implementar. E na agenda, que não é fácil fazer esse debate, mas ele é extremamente necessário”.
Enquanto isso, na conferência anual CERAWeek em Houston, EUA, ninguém menos que o diretor-geral da Agência Internacional de Energia (AIE), Faith Birol, efetua uma guinada de 180 graus e afirma que há uma premente necessidade de mais investimentos na exploração de petróleo e gás natural.
“Eu quero deixar claro… haveria uma necessidade de investimentos, especialmente, para compensar o declínio dos campos existentes. Há uma necessidade de investimentos a montante (referentes à exploração e produção), ponto”, disse ele.
A guinada da AIE é mais notável porque, ainda em 2021, a agência ressaltava que as empresas de combustíveis fósseis não deveriam ampliar seus investimentos em projetos de petróleo, gás natural e carvão mineral, sob o risco de que o mundo não pudesse atingir o badalado “carbono líquido zero” (net zero) até 2050.
Tudo indica que a mudança de posição se deve à troca de guarda na Casa Branca, já que os EUA são os maiores financiadores da AIE, provendo um quarto do seu orçamento.
O mundo está mudando rapidamente a percepção sobre os combustíveis fósseis, mas Marina Silva se obstina em ficar como a Carolina da canção de Chico Buarque, que não viu o mundo passar pela sua janela.