O fundo soberano da Noruega acaba de superar a impressionante marca de US$ 2 trilhões em ativos. A sua principal fonte de recursos são as receitas do petróleo e gás natural, de que o país é um dos grandes produtores mundiais. Por sua vez, a estatal Equinor, da qual o Estado norueguês controla 71% das ações (e, portanto, pode implementar políticas de Estado sem muita interferência de acionistas privados), responde por nada menos que 42% das despesas do governo de Oslo.
Além disso, como outras majors do setor, a Equinor está reduzindo significativamente os seus investimentos em energias “renováveis” – eólica offshore, solar etc. – e tem uma meta de ampliar a sua produção de petróleo e gás natural em 10% até 2030.
Enquanto isso, investe em fontes que realmente significam avanços tecnológicos, como a energia de fusão, para o que apoia o promissor projeto da Consolidated Fusion Systems (CFS), startup estadunidense que pretende colocar o seu inovador reator em uso comercial a partir de 2030.
E o governo norueguês ainda está incentivando empresas estrangeiras a explorar o potencial de hidrocarbonetos do Mar de Barents.
Por outro lado, a Noruega é uma das maiores financiadoras das causas “ambientais” dedicadas à “descarbonização” da economia mundial. O Brasil é o principal destino dos investimentos da Equinor no exterior, onde a empresa opera há 20 anos. Oslo é a maior financiadora do famigerado Fundo Amazônia, hoje, um dos principais meios de “controle ambiental” da exploração econômica da Amazônia Legal, visando a mantê-la como uma gigantesca reserva de créditos de carbono e outros instrumentos afins. E órgãos estatais noruegueses, como a NORAD (Agência Norueguesa para Cooperação e Desenvolvimento) e o Ministério do Clima e Meio Ambiente, financiam ONGs estrangeiras engajadas na campanha “descarbonizadora”. O mesmo ocorre com a privada Rainforest Foundation Norway, que tem entre os seus “clientes” o Observatório do Clima, ONG “guarda-chuva” que coordena a campanha contra a exploração da Margem Equatorial Brasileira.
Em outras palavras, o recado da Noruega para o Brasil é, façam o que lhes pagamos para fazer, não o que fazemos.


