Dentre suas primeiras medidas tomadas ao assumir o posse, o presidente Donald Trump anunciou a saída dos EUA do Acordo de Paris.
No governo brasileiro e do Pará, a medida caiu muito mal. A saída dos EUA dos acordos do clima deve esvaziar a COP 30, marcada para acontecer em novembro deste ano, em Belém do Pará.
A medida eclipsou o anúncio do diplomata André Corrêa do Lago como presidente da COP 30, conforme indicação do governo brasileiro, ocorrida no dia 21 de janeiro.
O que não é surpresa nenhuma, já que Trump vinha anunciando essas medidas desde sua campanha à presidência, em 2024, de forma a reverter todas as políticas ambientais ou com impacto ambiental tomadas por seu antecessor Joe Biden. Aos representantes do governo brasileiro, só restaram lamentações.
“Embora fosse algo já esperado, pelo que defendeu na campanha presidencial, vejo com enorme preocupação o anúncio de que o presidente pretende acabar com o Green New Deal (política de transição energética), tirar os EUA do Acordo de Paris, retomar a indústria automotiva norte-americana sem dar prioridade para carros elétricos e valorizar o uso de combustíveis fósseis”, disse a ministra do Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas, Marina Silva.
“O presidente Trump pode falar o que ele quiser, ele é presidente eleito nos Estados Unidos e nós vamos analisar cada passo das decisões que forem sendo tomadas pelo novo governo, mas acredito que, como somos um povo que acredita, que tem fé na vida, que tudo vai dar certo sempre”, comentou a secretária-geral do Ministério das Relações Exteriores, Maria Laura da Rocha.
Por sua vez, o governador do Pará, Helder Barbalho, parece não se conformar com as medidas do presidente dos EUA. “Os EUA são os líderes de emissões, não podem ficar de fora da COP 30”, acrescentando que, apesar disso, “Trump está convidado” para o evento. Para Barbalho, os EUA precisam participar não só dos debates, como dos financiamentos.
Mesmo assim, com essa importante defecção, a COP 30 segue no planejamento das autoridades brasileiras, com Corrêa do Lago na presidência e Ana Toni, secretaria de Mudança do Clima do MMA, como diretora-executiva.