O Ibama segue debochando e provocando o País, mesmo depois de ser publicamente esculhambado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que reclamou do “lenga-lenga” do órgão para conceder a licença ambiental para a Petrobras perfurar um poço exploratório no litoral do Amapá.
Na terça-feira 11, foi noticiado que o órgão havia aprovado o plano da empresa para a limpeza da sonda designada para a pesquisa no local pretendido, o que foi recebido como um prenúncio da concessão da licença. Porém, a própria entidade, cujo corpo técnico recomenda o “arquivamento” do pedido, tratou logo de jogar água fria na fervura, proclamando: “Esclarecemos que essa etapa não representa qualquer deliberação conclusiva quanto à concessão ou não da licença ambiental para a realização da atividade de perfuração marítima no bloco FZA-M-59.”
À tarde, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, foi ao Palácio do Planalto, mas apenas para uma reunião sobre um plano de prevenção e combate a incêndios nos biomas Pantanal e Amazônia, assunto que será tratado numa audiência com o ministro do STF Flávio Dino, ainda esta semana.
Pois é, e tem gente que ignorava que incêndios florestais eram matérias constitucionais.
Questionado sobre a licença, Agostinho reforçou a atitude ostensivamente provocativa do órgão que dirige, com um argumento que beira o deboche:
“Não tenho condições de dizer um prazo sobre isso, os técnicos estão concluindo um parecer que ainda não veio no sistema para mim, para que a gente possa fazer a análise.
O parecer dos técnicos sequer está público e a gente vai fazer uma análise técnica em relação a isso para a gente tomar alguma decisão. Hoje foi autorizado apenas a limpeza de uma sonda de perfuração da Petrobras que tinha incrustações de coral-sol que é uma espécie invasora hoje no Brasil.”
Os brasileiros não contagiados pelo vírus do fundamentalismo verde ou por idiossincrasias ideológicas, que acompanham o imbróglio interminável, se perguntam: o que Lula espera para enquadrar o presidente do Ibama?
Talvez, a resposta passe pela conferência climática COP30, na qual o presidente e seu governo apostam todas as fichas para tentar fazer de Lula um “líder climático global”.