Em artigo para o portal “Poder 360”, Allan Kardec argumenta que, no contexto da COP30, a Amazônia deve ser abordada não apenas como tema ambiental, mas como peça central da soberania nacional: é impossível dissociar sustentabilidade de soberania, especialmente diante dos desafios do crime organizado, da exploração energética e da necessidade de protagonismo local na região.
Também destaca os seguintes pontos:
1. A atuação de redes criminosas (adulteração de combustíveis, tráfico internacional de drogas, exploração ilegal de madeira, garimpo clandestino) revela que o Estado mantém vulnerabilidades graves na Amazônia, por conta da vastidão, das rotas fluviais e da dificuldade de fiscalização.
2. A região da Margem Equatorial (bacias do Pará-Maranhão e da foz do Amazonas) possui potencial energético estimado em bilhões de barris de petróleo. Critica o atraso no licenciamento de projetos como o bloco FZA-M-59, embora a Petrobras já tenha investido pesado e cumprido exigências ambientais. Esse atraso demonstra, para ele, uma contradição: permitir trânsito marítimo de combustíveis, enquanto se dificulta a exploração nacional responsável. Explorar esse potencial é uma forma de reafirmar a soberania energética do Brasil e fortalecer a bioeconomia amazônica.
3. Pressões internacionais que visam limitar a exploração brasileira de petróleo e gás, muitas vezes sob argumentos ambientais. Assim, defender o direito de explorar com responsabilidade torna-se um ato de soberania.
4. As decisões sobre o futuro da Amazônia não podem ser tomadas apenas por agentes externos, pois é essencial que os habitantes da região (indígenas, ribeirinhos, populações tradicionais) tenham papel central. Alerta contra um “colonialismo científico”, em que pesquisas e decisões são impostas de fora sem participação local.
5. A proteção da floresta não pode depender da pobreza ou de sacrifícios das populações locais. Ao contrário, ele propõe unir exploração energética responsável com ciência (especialmente biotecnologia), políticas de inclusão e desenvolvimento regional. A COP30 será uma vitrine: não basta reafirmar compromissos ambientais, é preciso mostrar que se pode desenvolver de forma soberana, com recursos, ciência e protagonismo local.


